segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Tétris


Tracemos um trato:
Atente para o fato de que por trás do ato
Há sempre uma tendência traiçoeira
Ao teatro da decência.
Tente ver com tato os extremos tontos
Que atingem as tentativas
De tramar um conto
Em acordo com as expectativas
De certo ponto de vista
Inato da parte egoísta da teia tipicamente elitista.

Tão triste é tal constatação
Que tapamos com tapete a verdadeira atração
Que é o não temor valente, tenor da contradição,
Treinado ao silêncio inocente de sua canção
Entocada na gente.

Telespectador destemido,
Tente ver as vertentes
Tão contraditórias impostas pelos temidos
E temperadas de glórias pelos tomados e vencidos!
Invente um sonho tal
Capaz de te tirar do transe
Que tem tomado o tom espiritual
E atenuado as nuances elementares do nosso tempo vital.

Troque de tribo, de tango e de tinta.
Transforme o teu tempo em abrigo
Que com arte se pinta e se tece
Conforme lento o intenso passa e em tese a têmpora embranquece.

Testifica-te!

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